
Por Cristiany Sales*
Você sabia que mais de 60% das organizações brasileiras já utilizam algum tipo de inteligência artificial (IA) em seus processos de auditoria e controle interno? É o que aponta pesquisa da Hostgator, empresa com atuação nas áreas de finanças e tecnologia. O avanço tecnológico está reformulando profundamente a forma como o setor atua, exigindo profissionais mais estratégicos, analíticos e inovadores . O que antes dependia de longas horas de conferência manual hoje pode ser realizado em minutos, com precisão e rastreabilidade superiores. Mas, junto com essas vantagens, surgem novos dilemas éticos, riscos operacionais e desafios de adaptação que pedem olhar crítico e capacitação contínua.
O primeiro grande impacto da inteligência artificial no Controle Interno está na automação da análise de dados e detecção de inconsistências. Sistemas inteligentes já conseguem identificar padrões de risco, fraudes e não conformidades com base em grandes volumes de informações. Isso amplia a capacidade de resposta das equipes e fortalece o papel preventivo do controle. No entanto , a tecnologia por si só não garante confiabilidade: é o olhar humano — técnico, ético e estratégico — que interpreta resultados, define parâmetros e assegura que as decisões estejam alinhadas aos princípios da boa governança.
Outro ponto de atenção é a necessidade de requalificação profissional . O uso de IA exige domínio de novas ferramentas, pensamento analítico e compreensão das implicações legais e regulatórias da automação. O profissional de controle interno deixa de ser apenas um verificador de conformidade para se tornar um agente de inovação e inteligência institucional, capaz de propor soluções, antecipar riscos e agregar valor à gestão. Nesse contexto, o diferencial não está em competir com a tecnologia, mas em aprender a utilizá-la como aliada estratégica.
O futuro do Controle Interno será definido por profissionais capazes de integrar conhecimento técnico, ética e visão digital em sua atuação. A inteligência artificial não substitui o ser humano; ao contrário, amplia sua capacidade de análise, precisão e alcance estratégico, exigindo uma postura mais reflexiva e orientada à inovação. Investir em capacitação contínua, acompanhar as tendências tecnológicas e compreender a aplicação prática dessas ferramentas são passos essenciais para manter a relevância e a utilidade do trabalho de controle diante das transformações em curso. Se o futuro da área depende da capacidade de adaptação e do uso inteligente da tecnologia, qual competência você considera prioritária para os próximos anos — análise de dados, programação ou estratégia de risco? Compartilhe sua visão e marque colegas para ampliarmos esse diálogo sobre os novos caminhos do Controle Interno.
*Cristiany Sales é controladora interna da Agência de Negócios do Acre (Anac S.A.); pós-graduada em Auditoria Empresarial; Planejamento e Gestão; Pedagogia Empresarial com Ênfase em Gestão de Pessoas; Justiça Restaurativa e Mediação de Conflitos; graduada em Direito e Pedagogia.
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